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Cidadãos Estrangeiros na toponímia de Cascais


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A história e vida de Cascais e do Estoril estão profundamente ligadas à história e vida de muitos cidadãos estrangeiros que em determinado momento das suas vidas as procuraram, ora como pontos de refúgio, segurança e tranquilidade para si e para as suas famílias, ora como lugares de interesse e investimento empresarial ou simplesmente como fontes de contemplação e inspiração.

Reconhecer a sua importância e prestar-lhes homenagem são formas de manter viva na atualidade. Conheça os nomes e a história de alguns ilustres estrangeiros que escolheram Cascais e o Estoril como destino e que o Município homenageou, através da toponímia.

O passado e a história relativamente recentes que remontam, sobretudo, ao período da 2ª Guerra Mundial, em que Portugal, como país neutral no conflito, foi procurado como destino e refúgio por muitas famílias da monarquia e aristocracia europeias, está bem presente no dia-a-dia do Município de Cascais, desenhado nos mais pequenos detalhes.

O estilo de vida simultaneamente elegante e descontraído, a arquitetura, a cultura e a educação são, entre outras, incontornáveis heranças de um período áureo da história em que a Costa Estoril-Cascais foi o ponto de encontro de uma ilustre e destacada comunidade oriunda dos mais diversos cantos da Europa, que lhe conferiu toda uma atmosfera de glamour e distinção, ainda hoje tão apreciadas e reconhecidas pela comunidade estrangeira que aqui reside.

Praça Condes de Barcelona

Desde há muitas décadas que é estreita a relação da família Real Espanhola com Portugal e, sobretudo, com o Estoril. A Guerra Civil Espanhola e a Segunda Guerra Mundial exigiram à monarquia de Espanha medidas estratégicas que permitissem colocar a salvo a família e, simultaneamente, lutar pelo seu país, ainda que à distância.

Os Condes de Barcelona chegaram a Portugal em Fevereiro de 1946, com intenção de assim ficar mais perto do poder de Madrid, antevendo como próximo e real o retorno de D. Juan ao trono de Espanha, como soberano, após a desejada e conspirada queda do ditador Franco.

À sua chegada a Cascais, D. Juan confessou aos jornalistas que achava tudo «belo», nomeadamente o clima, e que há quatro anos que não via o mar, numa confidência nostálgica, olhando a baía de Cascais e recordando os seus tempos de meninice em Santander, onde com o seu pai e irmãos praticava os desportos náuticos*. A ligação ao mar e à vela foram sem dúvida um marco importante e incontornável da vida do Conde de Barcelona e dos seus filhos na sociedade de Cascais. Uma prova disso é o Troféu Sua Majestade o Rei D. Juan Carlos I, promovido pelo Clube Naval de Cascais, em homenagem a esta ligação.

A estadia que estava coberta inicialmente apenas por um visto de três meses, fruto da instabilidade de Espanha, acaba por se prolongar por muito mais tempo, sendo concedida a autorização de residência.

O Hotel Palácio passa a ser um dos locais de eleição do Conde de Barcelona, como ponto de encontro e reunião com amigos, mas também “informadores” do que se passava além fronteiras, no seu país.

Com o regresso à pátria e ao trono pendentes da ditadura de Franco, D. Juan decide mandar vir para Portugal os seus quatro filhos, que se encontravam com outros familiares na Europa. Os infantes Pilar, Juan Carlos, Margarida e Afonso, por decisão dos Condes de Barcelona, têm então uma educação normal e são inscritos na escola Amor de Deus, no Estoril, uma escola que acolhia crianças de todos os níveis sociais, incluindo das colónias portuguesas. Este facto revela-se absolutamente surpreendente e inédito para os infantes de Espanha, que assim terão uma educação mais livre e mais eclética, do que aquela que seria esperada para o seu estatuto.

Até ao seu regresso a Espanha, a vida dos Condes de Barcelona em Cascais decorre com serenidade e descrição, mas tão fiel aos seus hábitos monárquicos quanto possível, na Villa Belver. Aqui, são também são recebidos inúmeros outros membros de Casas Reais da Europa, exilados da 2ª Guerra Mundial.

Da sua vida e integração social na vida de Cascais e do Estoril, foram inúmeros os amigos que criaram e os laços estreitos que se desenvolveram, entre a comunidade local e a Família Real Espanhola, amizades e laços esses que perduram até hoje e ainda estão bem presentes na história do Município. Ainda hoje a família real Espanhola, sobretudo o ex monarca Juan Carlos e a sua irmã, Dona Pilar, são visitas regulares da Vila. Por todos estes motivos, os Condes de Barcelona mereceram a honra de uma estátua, numa Praça a que foi atribuído o seu nome, no coração do Estoril, que tão bem os acolheu e protegeu.

Neste momento, o Município de Cascais estuda também a possibilidade de criar uma “Fundação Condes de Barcelona”.

*fonte: “Reis no Exílio – Portugal Refúgio Real”; Charles-Philippe D’Orléans

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