
Estoril Jazz :: Há 44 anos na rota do Jazz Internacional
Créditos fotográficos Rosa Reis
Corria o ano de 1971 quando o Jazz converteu, à época nas recentes instalações do Dramático de Cascais, uma entusiasta plateia de cerca de 10.000 pessoas, naquele que foi o primeiro grande festival de Jazz realizado em Portugal. De lá para cá, fez-se história. Desde 1982 que o Jazz mudou de cenário para o Auditório do Parque Palmela, onde passou a ter lugar o “Jazz Num Dia de Verão”, produzido por Duarte Mendonça. Em 1989, e a convite da Estoril Sol, passou a designar-se “Estoril Jazz”, continuando no Parque Palmela até 2008, tendo passado a realizar-se, a partir do ano seguinte, no Casino Estoril.
Duarte de Mendonça, é um nome incontornável no panorama do Jazz português e no historial deste festival, em particular.
Conheça por dentro os detalhes deste emblemático evento, conhecido e reconhecido pelos maiores vultos do jazz mundial
Desde o início do século passado que a Costa Estoril-Cascais se tem distinguido e tem sido palco dos mais emblemáticos acontecimentos artísticos, culturais e desportivos de Portugal. Por ser uma zona procurada e apreciada por uma certa elite aristocrática e empresarial da época, sobretudo para momentos de lazer e férias, Cascais, mas particularmente o Estoril, reunia as condições ideais para grandes e faustosas festas onde o glamour e a elegância era a nota dominante. A música, claro está, não podia faltar. Fruto desta herança e da conjugação com um clima convidativo e praticamente constante ao longo do ano, os espetáculos e desportos ao ar livre ganharam um destaque determinante no life style de toda esta região. Não é por isso de estranhar que muitas das modalidades desportivas em Portugal aqui tenham tido o seu berço. Menos é de estranhar que, até hoje, o Município seja palco dos mais diversos eventos musicais, com uma longa história para contar. O Estoril Jazz é, sem dúvida, o mais emblemático entre eles.
E quem melhor do que Duarte Mendonça, para nos revelar todos os detalhes deste acontecimento anual? São 84 anos de vida, 70 deles dedicados à música Jazz, como colecionador e estudioso e 42 anos de carreira como profissional na produção e promoção de festivais e concertos deste género musical.
Foi pela mão, empenho, dedicação e paixão de Duarte de Mendonça que muitos dos maiores intérpretes de Jazz pisaram pela primeira vez um palco português, entre Cascais e o Estoril. Diana Krall foi um deles, como ficou registado na fotografia abaixo, datada de 1996, na companhia de Duarte Mendonça, na sua estreia em Portugal. Purista na sua visão deste género musical, a que se rendeu ainda na adolescência, quando o pai adquiriu um rádio de ondas curtas para ouvir as notícias sobre a 2ª Guerra Mundial e do qual Duarte e a sua irmã se apoderavam logo que podiam, para escutar as transmissões de Boogie-woogie da Voice of America, este mestre da cultura jazzística português, mantém-se fiel ao main stream, à herança socio-cultural e acústica das raízes históricas do estilo musical que revolucionou o mundo nos loucos anos ’30.
A vida de Duarte Mendonça tem-se cruzado ao longo de décadas com os mais notáveis jazzmen de todos os tempos e com isso é afinal o Estoril e o Estoril Jazz que tem grandemente beneficiado, através dos luxuosos e inovadores cartazes que tem apresentado sucessivamente, há anos. O público, fiel, atento e exigente, é o primeiro a reconhecê-lo. Também por isso, o Município de Cascais e o Casino do Estoril, que tanto relevo dão à sua agenda cultural e produção artística, têm sido, a par do Turismo de Portugal que há muito apoia esta iniciativa, os grandes motores na manutenção, divulgação e produção deste festival. Nem a agenda cultural de Cascais seria a mesma, se o jazz não estivesse nela contemplado!
Este ano, o cartaz contou com nomes com Roseanna Vitro e Kenny Werner, Sean Jones Quarteto, o jovem e promissor talento nacional Ricardo Toscano e Opus 5
Ao longo de 34 anos, de forma ininterrupta, o Estoril Jazz criou reputação não só nacional como internacional, promovendo com isso o nome do Estoril e do Município de Cascais no meio jazzístico, atraindo até si fãs e verdadeiros conhecedores de jazz nacionais e estrangeiros. Não sendo um evento de massas, este facto só pode ter uma justificação: Cascais reconhece e aposta na qualidade da cultura e da divulgação artística.
Se este ano não teve oportunidade de nos visitar e assistir a mais este festival, fique atento à nossa agenda cultural de 2016. O programa e o elenco do próximo ano, já andam a fervilhar nos bastidores da próxima edição.
Créditos fotográficos Rosa Reis
Créditos fotográficos Rosa Reis
Créditos fotográficos Rosa Reis
Créditos fotográficos Rosa Reis
Créditos fotográficos Rosa Reis