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Quinta do Pisão :: O pulmão de Cascais


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| Ficha Técnica

Aberto todo o ano
Horário: 9h30-18h
Acesso gratuíto

Se mesmo durante o Verão gosta de aproveitar a frescura do campo, se a areia e a água salgada não são de todo a sua praia ou se é um admirador da natureza e da vida em estado selvagem, este é um lugar que não pode deixar de visitar e conhecer, na sua próxima vinda a Cascais.

Traga uma roupa e uns sapatos confortáveis e, se lhe apetecer, até uma cesta de piquenique. Vai ver como lhe vai saber bem passar um dia inteiro por aqui, neste espaço exemplar, desenhado entre montes e vales!

Situada no coração do Parque Natural Sintra-Cascais, a Quinta do Pisão é um excelente convite aos passeios pedestres e à comunhão com o ar livre e a vida natural, constituindo um verdadeiro pulmão, para o concelho.

Os seus longos caminhos de terra batida percorrem-se, ora por entre a sombra de frondosas e sobranceiras árvores, ora por paisagens de pincelada bucólica e rural. Não raras vezes, somos acompanhados pelo intenso canto das cigarras, enquanto no céu nos sobrevoam diversas espécies de aves, entre as quais, as nobres águias-de-asa-redonda. No verão, muitos dos trilhos são ladeados por carnudas amoras, enquanto pequenos gafanhotos saltitam alegremente, por entre os nossos passos.

Caracterizada pela a atividade agro-silvo-pastoril, a Quinta do Pisão representa um importante património natural no concelho de Cascais, tanto na organização estrutural da paisagem, compartimentação e uso racional, como na presença de ruínas de valor cultural e arquitetónico.

Por aqui hà toda uma história ancestral que permanece visível. Na gruta de Porto Covo, foram identificados vestígios tanto de uma comunidade do Período Calcolítico como de enterramentos humanos que datam da Idade do Bronze. Durante a Idade Média, foi também no território do Pisão que se desenvolveu o Casal de Porto Covo, de que são manifestações uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição e alguns equipamentos de apoio a atividades agrícolas, como estábulos, eiras, fornos e poços. Após anos de abandono, estas pequenas edificações foram alvo de recuperação pela Câmara Municipal de Cascais e estão hoje acessíveis aos visitantes.

Durante o século XIX a Quinta recebeu a produção de cal. A cozedura tinha um caráter sazonal e decorria apenas nos meses quentes, não ultrapassando as três fornadas. Era um ciclo de intenso trabalho, assegurado por pessoas que, no resto do ano, dedicavam sobretudo a sua atividade à agricultura.

No que se refere à riqueza do património natural, o aqui encontra é igualmente significativo. As diferentes paisagens, moldadas por séculos de ocupação deste espaço, incluem não só uma considerável variedade de vegetação, correspondente a uma grande diversidade de habitats representativos da ecologia desta zona, como também várias espécies de fauna, que merecem o estatuto de conservação.

Para além dos simpáticos burros lanudos, a Quinta do Pisão tem alguns cavalos e um núcleo de ovelhas e borregos da raça campaniça, que são possíveis observar, ao longo da paisagem. Mas o reino da bicharada não se fica por aqui. Inúmeras espécies de animais em estado selvagem, vivem e convivem em harmonia com os seus habitats naturais. Se não for um visitante barulhento e estiver atento, não terá dificuldade em avistar coelhos-bravos, perdizes-vermelhas, peneireiros ou garças-reais, raposas, ouriços caixeiros… e, dependendo da hora… até morcegos!

Mas nem só de caminhadas vive quem visita a Quinta do Pisão. Saiba que por aqui as crianças podem ainda desfrutar de um divertido passeio nos burros lanudos, passeio esse que permite atravessar e conhecer os mais diversos cenários da Quinta: o prado, o bosque, o espaço agrícola e a ribeira. Sem dúvida uma excelente e diferente oportunidade para os mais novos conhecerem, ao vivo e a cores, a Natureza, a espécies de flora e as árvores típicas desta área, assim como alguns dos animais que vivem no Pisão. Para além dos passeios, os burros lanudos ajudam na gestão das pastagens biodiversas e no controlo de matos da Quinta, evitando que se recorra frequentemente a outras formas de controlo do espaço, por exemplo, através de meios mecânicos. Ou seja, além de uns excelentes companheiros, os burros do Pisão são ainda uns exímios jardineiros, que permitem uma gestão natural dos recursos, em perfeita harmonia com os restantes ecossistemas. Os burros lanudos integram a raça portuguesa Asinina de Miranda, uma espécie que está em vias de extinção, o que faz com que a sua presença na Quinta seja uma forma importante e responsável de contribuir para a sua conservação.

Já se sente suficientemente entusiasmado para fazer uma visita? Então saiba que o que a Quinta oferece de bom não se fica por aqui!

No Pisão existe também um espaço de venda de produtos hortícolas. Os produtos são biológicos e certificados da época e os visitantes podem ainda colhê-los diretamente da terra. Neste espaço estão também à venda ervas aromáticas, mel, marmeladas, compotas caseiras e lenha ensacada, cuja madeira é proveniente dos trabalhos de limpeza florestal que se realizam na Quinta. Por aqui, dá-se sentido e forma ao corolário “nada se perde, tudo se transforma”! Os produtos são comercializados ao quilo ou à unidade, de acordo com os valores de mercado dos produtos biológicos. Durante a primavera e verão, este espaço alarga o seu período de venda a todos os domingos das 9h00 às 13h00 e todos os dias de semana das 9h00 às 12h00 (exceto feriados). Interessante, não acha?

Complementarmente, para apreciar o seu passeio e fazer também um pouco de exercício, tem ao seu dispor o aluguer bicicletas e de segways, mediante agendamento prévio.

Por fim, a título de curiosidade, fique a saber que a Quinta do Pisão é atravessada pela “Rota das Quintas”, assim como pelo caminho de Fátima.

A Quinta do Pisão é um excelente exemplo de como se completa um ciclo de sustentabilidade ambiental, social e económica e de como o Município de Cascais se ocupa e preocupa com a qualidade de vida geral de quem nele habita. Dos cidadãos, passando pelo património ambiental, até aos animais. São muitas razões e 360 hectares de responsabilidade ecológica e social, que não pode deixar de conhecer.

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